quarta-feira, 21 de setembro de 2011

My Wall


Alguém munido de dinamite se habilita a derrubar o muro construído dentro de mim?


sábado, 17 de setembro de 2011

...

"Escolhas... Sempre tive certeza que as fazia. Achava que o próximo passo, sempre, era decidido por mim. Ilusão...
Agora, entendo. Todas as escolhas que fiz estavam pré-determinadas por algo imperceptível, algo que não enxerguei, mas que estava lá.
Naquela palavra que ouvi na infância, mas também na que não ouvi. Naquela música dentro do carro. No cheiro de um momento inesquecível.  Na negação daquilo que me é estranho, mas também, na aceitação do seu oposto.
Assim construí minhas escolhas...
Livre arbítrio, qual o seu limite? Onde está o momento em que evitar o evidente inevitável é possível? Como escolher a imobilidade quando o movimento já é fato?
O limiar entre a obrigação consciente de dizer “não”, se confundindo com a necessidade inconsciente de continuar."

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Poema de sete faces

Quando nasci, um anjo colorido
desses que vivem no arco-íris
disse: Vai, Brunella!, ser borboleta na vida.
As casas espiam as mulheres
que amam e se entregam a outras mulheres.
Se a tarde talvez fosse cinza,
não haveria tantos desejos.
O sorriso chega quando ela aparece:
deixa que ela venha, que ela roce
e assim se colorir, se revirar e extenuar-se de avessos,
loucuras, orgasmos e mistérios.
E então meus olhos já não perguntam nada…
Apenas sorriem
Da janela do ônibus, vejo uma mulher
e acompanho seu andar, seus trejeitos.
É nítida, colorida!
Tem palavras, fogo e arco-íris na vida!
A mulher que segue seu caminho
Vai amar a poesia, a alma feminina,
vai ser essa escrita fabricada na luta,
na dor, na lida, nos beijos e desejos dela.
As Deusas nunca me abandonaram
porque eu sei a hora de ir à forra,
de sair do quarto, me expor e me mostrar
porque eu sei que ela e a vida estão lá fora…
Mundo mundo vasto mundo,
tão grande quanto eu o faço ser
para seguir aquilo que me dita o sentimento.
Mundo mundo vasto mundo,
mais vasto é meu coração!

Sim, eu deveria lhes dizer
sempre a Lua
sempre a Liberdade
inspiram o breve alvorecer da diversidade.
Carlos Drummond de Andrade
 
;