domingo, 19 de dezembro de 2010

Senhor,

Quisera neste Natal
armar uma árvore dentro do meu coração e nela pendurar,
em vez de presentes,
os nomes de todos os meus amigos.

Os amigos de longe e os de perto.
Os antigos e os mais recentes.
Os que vejo a cada dia e os que raramente encontro.
Os sempre lembrados e os que as vezes ficam esquecidos.
Os constantes e os intermitentes.
Os das horas difíceis e os das horas alegres.
Os que sem querer magoei ou, sem querer me magoaram.
Aqueles a quem conheço profundamente e aqueles que me são conhecidos apenas pelas aparências.
Os que pouco me devem e aqueles a quem muito devo.
Meus amigos humildes e meus amigos importantes.
Os nomes de todos os que já passaram pela minha vida.

Uma árvore de raízes muito profundas,
para que seus nomes
nunca mais sejam arrancados do meu coração.

De ramos muito extensos,
para que novos nomes,
vindos de todas as partes,
venham juntar-se aos existentes.

De sombra muito agradável,
para que nossa amizade seja um momento de repouso,
nas lutas da vida.

Que o Natal esteja vivo
em cada dia do ano,
para que as luzes e cores da vida
estejam presentes em toda a nossa existência,
e concretizem com a ajuda de Deus,
todos os nossos desejos.

Feliz Natal!

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

"Violência contra homossexuais" 
Drauzio Varella

O seguinte artigo de Drauzio Varella foi publicado na sua coluna da "Ilustrada", da Folha de São Paulo, no sábado, 4 de dezembro. Republico-o por considerá-lo um dos textos mais lúcidos e inteligentes que já li sobre o assunto.

Violência contra homossexuais 

A HOMOSSEXUALIDADE é uma ilha cercada de ignorância por todos os lados. Nesse sentido, não existe aspecto do comportamento humano que se lhe compare.

Não há descrição de civilização alguma, de qualquer época, que não faça referência a mulheres e a homens homossexuais. Apesar de tal constatação, esse comportamento ainda é chamado de antinatural.

Os que assim o julgam partem do princípio de que a natureza (leia-se Deus) criou os órgãos sexuais para a procriação; portanto, qualquer relacionamento que não envolva pênis e vagina vai contra ela (ou Ele).

Se partirmos de princípio tão frágil, como justificar a prática de sexo anal entre heterossexuais? E o sexo oral? E o beijo na boca? Deus não teria criado a boca para comer e a língua para articular palavras?

Se a homossexualidade fosse apenas uma perversão humana, não seria encontrada em outros animais. Desde o início do século 20, no entanto, ela tem sido descrita em grande variedade de invertebrados e em vertebrados, como répteis, pássaros e mamíferos.

Em alguma fase da vida de virtualmente todas as espécies de pássaros, ocorrem interações homossexuais que, pelo menos entre os machos, ocasionalmente terminam em orgasmo e ejaculação.

Comportamento homossexual foi documentado em fêmeas e machos de ao menos 71 espécies de mamíferos, incluindo ratos, camundongos, hamsters, cobaias, coelhos, porcos-espinhos, cães, gatos, cabritos, gado, porcos, antílopes, carneiros, macacos e até leões, os reis da selva.

A homossexualidade entre primatas não humanos está fartamente documentada na literatura científica. Já em 1914, Hamilton publicou no "Journal of Animal Behaviour" um estudo sobre as tendências sexuais em macacos e babuínos, no qual descreveu intercursos com contato vaginal entre as fêmeas e penetração anal entre os machos dessas espécies. Em 1917, Kempf relatou observações semelhantes.

Masturbação mútua e penetração anal estão no repertório sexual de todos os primatas já estudados, inclusive bonobos e chimpanzés, nossos parentes mais próximos.

Considerar contra a natureza as práticas homossexuais da espécie humana é ignorar todo o conhecimento adquirido pelos etologistas em mais de um século de pesquisas.

Os que se sentem pessoalmente ofendidos pela existência de homossexuais talvez imaginem que eles escolheram pertencer a essa minoria por mero capricho. Quer dizer, num belo dia, pensaram: eu poderia ser heterossexual, mas, como sou sem-vergonha, prefiro me relacionar com pessoas do mesmo sexo.

Não sejamos ridículos; quem escolheria a homossexualidade se pudesse ser como a maioria dominante? Se a vida já é dura para os heterossexuais, imagine para os outros.

A sexualidade não admite opções, simplesmente se impõe. Podemos controlar nosso comportamento; o desejo, jamais. O desejo brota da alma humana, indomável como a água que despenca da cachoeira.

Mais antiga do que a roda, a homossexualidade é tão legítima e inevitável quanto a heterossexualidade. Reprimi-la é ato de violência que deve ser punido de forma exemplar, como alguns países o fazem com o racismo.

Os que se sentem ultrajados pela presença de homossexuais que procurem no âmago das próprias inclinações sexuais as razões para justificar o ultraje. Ao contrário dos conturbados e inseguros, mulheres e homens em paz com a sexualidade pessoal aceitam a alheia com respeito e naturalidade.

Negar a pessoas do mesmo sexo permissão para viverem em uniões estáveis com os mesmos direitos das uniões heterossexuais é uma imposição abusiva que vai contra os princípios mais elementares de justiça social.

Os pastores de almas que se opõem ao casamento entre homossexuais têm o direito de recomendar a seus rebanhos que não o façam, mas não podem ser nazistas a ponto de pretender impor sua vontade aos mais esclarecidos.

Afinal, caro leitor, a menos que suas noites sejam atormentadas por fantasias sexuais inconfessáveis, que diferença faz se a colega de escritório é apaixonada por uma mulher? Se o vizinho dorme com outro homem? Se, ao morrer, o apartamento dele será herdado por um sobrinho ou pelo companheiro com quem viveu por 30 anos? 

domingo, 5 de dezembro de 2010

A Tristeza Permitida

Se eu disser pra você que hoje acordei triste, que foi difícil sair da cama, mesmo sabendo que o sol estava se exibindo lá fora e o céu convidava para a farra de viver, mesmo sabendo que havia muitas providências a tomar, acordei triste e tive preguiça de cumprir os rituais que faço sem nem prestar atenção no que estou sentindo, como tomar banho, colocar uma roupa, ir pro computador, sair pra compras e reuniões – se eu disser que foi assim, o que você me diz? Se eu lhe disser que hoje não foi um dia como os outros, que não encontrei energia nem pra sentir culpa pela minha letargia, que hoje levantei devagar e tarde e que não tive vontade de nada, você vai reagir como?

Você vai dizer “te anima” e me recomendar um antidepressivo, ou vai dizer que tem gente vivendo coisas muito mais graves do que eu (mesmo desconhecendo a razão da minha tristeza), vai dizer pra eu colocar uma roupa leve, ouvir uma música revigorante e voltar a ser aquela que sempre fui, velha de guerra.

Você vai fazer isso porque gosta de mim, mas também porque é mais um que não tolera a tristeza: nem a minha, nem a sua, nem a de ninguém. Tristeza é considerada uma anomalia do humor, uma doença contagiosa, que é melhor eliminar desde o primeiro sintoma. Não sorriu hoje? Medicamento. Sentiu uma vontade de chorar à toa? Gravíssimo, telefone já para o seu psiquiatra.

A verdade é que eu não acordei triste hoje, nem mesmo com uma suave melancolia, está tudo normal. Mas quando fico triste, também está tudo normal. Porque ficar triste é comum, é um sentimento tão legítimo quanto a alegria, é um registro de nossa sensibilidade, que ora gargalha em grupo, ora busca o silêncio e a solidão. Estar triste não é estar deprimido.

Depressão é coisa muito séria, contínua e complexa. Estar triste é estar atento a si próprio, é estar desapontado com alguém, com vários ou consigo mesmo, é estar um pouco cansado de certas repetições, é descobrir-se frágil num dia qualquer, sem uma razão aparente – as razões têm essa mania de serem discretas.

“Eu não sei o que meu corpo abriga/ nestas noites quentes de verão/ e não me importa que mil raios partam/ qualquer sentido vago da razão/ eu ando tão down...” Lembra da música? Cazuza ainda dizia, lá no meio dos versos, que pega mal sofrer. Pois é, pega mal. Melhor sair pra balada, melhor forçar um sorriso, melhor dizer que está tudo bem, melhor desamarrar a cara. “Não quero te ver triste assim”, sussurrava Roberto Carlos em meio a outra música. Todos cantam a tristeza, mas poucos a enfrentam de fato. Os esforços não são para compreendê-la, e sim para disfarçá-la, sufocá-la, ela que, humilde, só quer usufruir do seu direito de existir, de assegurar seu espaço nesta sociedade que exalta apenas o oba-oba e a verborragia, e que desconfia de quem está calado demais. Claro que é melhor ser alegre que ser triste (agora é Vinícius), mas melhor mesmo é ninguém privar você de sentir o que for. Em tempo: na maioria das vezes, é a gente mesmo que não se permite estar alguns degraus abaixo da euforia.

Tem dias que não estamos pra samba, pra rock, pra hip-hop, e nem pra isso devemos buscar pílulas mágicas para camuflar nossa introspecção, nem aceitar convites para festas em que nada temos para brindar. Que nos deixem quietos, que quietude é armazenamento de força e sabedoria, daqui a pouco a gente volta, a gente sempre volta, anunciando o fim de mais uma dor – até que venha a próxima, normais que somos.

Marta Medeiros

domingo, 14 de novembro de 2010

Quando alguém te cuida melhor do que você mesmo, o quê que se faz?
Você se dá?
Você se toma?
Foge?
...Ou finje?
O que acontece quando se esquece o que é solidão?

sábado, 30 de outubro de 2010

Como já fiz...

Já quis ser aeromoça
Veterinária,
Antropóloga,
Editora de livros,
Dubladora de filmes,
Legenders,
Na verdade esse ainda quero,
Hoje faço ciencia da computação
Já freguentei Igreja Batista
Católica,
Fiz até catequese, mas não fiz primeira comunhão
Deixei de ser madrinha por isso,
Já fui a Maranata,
Tentei frequentar o Kardecismo,
Já fui a um terreiro de Candomblé,
E de Umbanda,
Já fui exotérica,
Estudei fadas, guinomos e Duendes,
Os Elementais,
E quase estudei cartas, para ser cartomante.
Gostava de passar as madrugadas desenhando,
Escrevendo,
Já pintei quadros,
Ouvia musica,
Às vezes tudo ao mesmo tempo,
Hoje adoro passar as noites de insônia,
É, adulto tem insônia e criança troca o dia pela noite,
Assistindo filme,
Vento seriado,
E Programa do Jô,
Às vezes, muito raras,
Penso em algo para escrever,
Mas sempre deixo para o outro dia
E, lógico acabo não escrevendo
Por quê? Esqueço, obvio.
Jogava futebol na rua com meninos,
Andava de patins,
Bicicleta,
Queria aprender a andar de sk8 e a surfar,
Mas nunca aprendi a nadar,
Subia em arvores,
Pulava muro,
Rodava pião,
Jogava bolinha de gude,
Roubava frutas no quintal dos vizinhos,
Jogava vídeo game,
Brincava de pique esconde,
Pique Alto,
Rio Vermelho,
Policia e ladão,
Verdade ou Conseguencia.
Detestava a Barbie,
E qualquer outra boneca,
Guardava segredos das amigas,
Ninguém melhor do que eu para fazer isso,
Saia na porrada no meio da rua,
Não importava se era menino ou menina,
Guando não estava dentro da briga, agitava de fora,
Meu negocio era participar,
Adorava fazer coisa de meninos,
Implicava com uma senhora da rua,
A bruxa do 71,
Velha coroca,
Não que hoje ache certo,
Mas ela era muito chata,
E todo mundo chamava,
Matei aula algumas vezes,
Por isso consegui ficar de recuperação em artes,
Também, 1ª aula na segunda as 7:00 da manhã,
Só com muita coragem,
Também matei algumas para não fazer prova,
Outras só para ir para a casa de alguma amiga,
Ela fingia passar mal, e eu a levava para casa,
Vantagens de colégio pequeno,
Começava guerrinha de papel,
Depois jurava que não era eu,
A carinha de inocente ajudava nessas horas,
Hoje sou piloto de racha e atiradora de elite,
Lógico que no NFS e CS,
E adoro jogos de tabuleiro quando falta luz,
Detetive,
War,
Banco Imobiliário,
Quem nunca roubou o Banco?
Combate, etc.
Já tive vários apelidos,
Só lembro de alguns,
Penélope Charmosa,
Bruxinha, esse por dois motivos
E é claro, não vou contar,
Vandinha, a da Família Addams,
esse se encaixou bem, para a época,
Branca, emburrada e anti-social,
Menina Maluquinha,
Acho que algumas coisas que disse anteriormente justificam esse,
Hoje só abreviam meu nome,
Da menos trabalho e fica mais simpático.
Sempre adorei colecionar coisas,
Talvez por influencia do signo,
Já colecionei tampinhas,
Selos,
Álbuns de figurinhas,
Bichinhos de pelúcia,
Não ria, mas até santinhos de políticos,
Na rua todos faziam esse,
Não sei se conta como coleção,
Mas gostava de colocar flores e folhas com formas diferentes dentro de livros,
Colecionava fios de cabelo também,
...
...
...
To de brincadeira, ai é demais.
Já ouvi muitos estilos diferentes de musica,
Reggae,
Congo,
Bossa Nova,
Melosas Internacionais,
Adorava ouvir a Antena 1,
Acho que ainda adoro, mas não ouço radio
Rock anos 60,
Gostava do Tropicalismo,
MPB,
Hoje adoro Jazz,
Soul,
E as novas da MPB,
Tenho todos  os cds da Joss Stone,
Marisa Monte,
Ana Carolina,
E Madeleine Peyroux,
E vivo atrás de coisas novas na internet,
Não nego,
Já ouvi Funk,
Axé,
Musica de Emo,
Forro,
Sertanejo,
Tive um LP da Xuxa,
Também fui baixinha dela,
E chorei assistindo Lua de Cristal,
Também tive um cd das Chiquititas,
Axé, Forro e Funk, também não nego que dancei,
Mas dói admitir,
Tinha até passinhos coreografados,
Dancei na boquinha da garrafa,
E Bonde do Tigrão.
Sobre a televisão não tenho muito a dizer
Nunca fui fã,
Uma vez uma amiga disse,
Enquanto todos querem ver novela ela quer ver o Programa do Jô,
Acho que me achavam esquisita,
Gostava do Programa do Jô
E de assistir clipes de musica,
Alguns filmes,
Geralmente Intercine e Corujão,
Adoro filmes,
Gosto de todas as categorias,
Cada uma em seu momento,
Só não curto terror muito apelativo,
Tipo,
Jogos Mortais,
Boneco Assassino,
Adoro os que saíram de quadrinhos,
X-Men,
O Demolidor,
Elecktra,
Homem Aranha,
Meu filme preferido é...
Da Magia a Sedução.
Até que fiz muita coisa até hoje,
Já fui pimentinha,
Santinha,
Bolada,
Como diz meu irmão,
Quase um menininho,
Hoje sou a Bela,
A princesa de A bela e a fera,
OU SEJA,
UMA FILHA EXEMPLAR,
AMIGA EXEMPLAR,
FUNCIONÁRIA EXEMPLAR,
UMA CHATICE
É LEAL,
FIEL,
BOA DONA DE CASA
E NÃO JULGA OS OUTROS PELA APARENCIA,
VENDO A BELEZA INTERIOR ANTES DE TUDO
Essas não são palavras minhas,
E sim de uma fonte muito confiável...
Um teste no Facebook
Outra coisa,
Tiro a parte do dona de casa.

D. Salaun

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

“O que quer dizer amar alguém? É sempre apreendê- lo numa massa, extraí-lo de um grupo, mesmo restrito, do qual ele participa, mesmo que por sua família ou por outra coisa; e depois buscar suas próprias matilhas, as multiplicidades que ele encerra e que são talvez de uma natureza completamente diversa. Ligá-las às minhas, fazê-las penetrar nas minhas e penetrar nas suas. Núpcias celestes, multiplicidades de multiplicidades. Não existe amor que não seja um exercício de despersonalização sobre um corpo sem órgãos a ser formado; e é no ponto mais elevado desta despersonalização que alguém pode ser nomeado, recebe seu nome ou pré-nome:”

terça-feira, 12 de outubro de 2010

E para o Dia das Crianças...

Ficar de novo pequenina

Olhando as crianças brincando
Comecei a pensar
Talvez quando eu era criança
Adulta eu queria ficar...

E mil lembranças
Voltam em minha mente
De quando eu era pequenina
Uma criança somente.....

Muitas recordações...
Dias felizes....as emoções
E ate das tristezas
Que um dia tive....

Sera mesmo que aproveitei?
Sera que eu valorizei?
A grandeza......a alegria..
Aquela vivencia em plena "folia"?

Sera que o adulto eu analisei?
Sera que eu acreditei?
Que tudo seria melhor quando eu crescesse?
E adulta eu fiquei!!!!!

E hoje quero confessar
Que a infância me fascina...
E que eu daria tudo....
Pra ficar de novo pequenina!

Celia Piovesan

sábado, 9 de outubro de 2010


O Que Você Fez


Você se foi,
Quase sem chance de me despedir
Você se foi e ficou um vazio,
Não ha quem não perceba
E o pior,
Nem com você eu posso falar
Não ha quer não diga
Como ficou triste esse espaço
Espaço por pouco tempo ocupado
Mas muito bem ocupado
Ficou escuro,
A luz, o brilho
Se foram
Junto a minha ansiedade
De te ver naqueles dias marcador
Muito esperados
Você trouxe de volta o brilho no meu olhar
Trouxe movimento a minha caneta
Que há tempos não se movia
Meus sonhos voltaram
Minha vontade de acordar cada manha
E que esse dia acabace sem tragédias
E que esse dia fosso bom, e terminasse o mais breve
Para que se subtraísse um das contas que fazia dos dias que faltavam para lhe ver
Um pouco da minha luz se foi junto com você
O restante dessa luz é uma pequena chama
Que tendo ñ deixá-la se apagar
Alimento ela com pequenos pedaços de você
Que encontro em vários cantos onde ando
Quando menos espero você tira minha concentração
Antes você prendia minha atenção, você era o foco
Você me ensinou,
Me cativou,
Me inspirou,
Me deu coragem,
Abriu meus olhos,
vi que não precisava de novas paisagens
E sim de um novo olhar
Vejo de outra forma
Só queria mais uma chance

D. Salaun

domingo, 29 de agosto de 2010

PQ?

Pq uma pessoa que conhecemos a pouco tempo tem que ir embora?
Pq essa pessoa se tornou tão especial em tão pouco tempo?
Pq me chamou tanto a atenção?
Pq não quero sair de perto?
Pq contava o tempo para lhe ver?
Pq sentirei tanta falta?
Pq não quero que vá embora?
Pq não me aproximei mais?
Pq não disse o quão era importante?
Pq não procurei o motivo de tal fixação?
Pq se tornou tão especial?
Pq estou escrevendo sobre isso?
Pq se tão especial não tenho nem o telefone?
Pq não tive coragem?
Pq perdi a ultima chance?
Pq não sei essas respostas?
Pq não perguntei quando voltaria?

Se você souber alguma dessas respostas me diga... não te-las se tornou perturbador

D.Salaun

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Crônica do Amor

Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo a porta.
O amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar.
Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só referenciais.
Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca.
Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera.
Você ama aquela petulante. Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou a seco.
Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem alergia a sol, você abomina Natal e ela detesta o Ano Novo, nem no ódio vocês combinam. Então?
Então, que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome.
Você ama aquele cafajeste. Ele diz que vai e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário. Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro, e é meio galinha. Ele não tem a menor vocação para príncipe encantado e ainda assim você não consegue despachá-lo.
Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito manteiga. Ele toca gaita na boca, adora animais e escreve poemas. Por que você ama este cara?
Não pergunte pra mim; você é inteligente. Lê livros, revistas, jornais. Gosta dos filmes dos irmãos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem seu valor.
É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar. Independente, emprego fixo, bom saldo no banco. Gosta de viajar, de música, tem loucura por computador e seu fettucine ao pesto é imbatível.
Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém e adora sexo. Com um currículo desse, criatura, por que está sem um amor?
Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados.

Não funciona assim.

Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível.
Honestos existem aos milhares, generosos têm às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó!
Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é! Pense nisso. Pedir é a maneira mais eficaz de merecer. É a contingência maior de quem precisa.

Arnaldo Jabor

sábado, 21 de agosto de 2010

Carnalidade

Eu detenho as minhas mãos no cós da sua calça, não permitindo que vaguem pelo corpo que já sei todo de cor. Temo perder o controle e enquanto pelejo, você me toma toda. Você me sabe toda. E me usa, procura alguma brecha no resquício da minha sanidade, no pouco do meu controle. Meu instinto grita, se debate e me desafia... Eu mal consigo me segurar ao queimar de desejo enquanto você se entrelaça, colando seu corpo no meu. Em algum lugar do caminho minha mente me abandonou e agora todos os meus sentidos amontoam e se concentram em você: seu gosto, seu cheiro... Um tornado de sensações. Chego a fraquejar envolvida numa embriaguez tão intensa que só é necessário esse segundo para que minhas mãos ajam pelo seu corpo procurando mais e mais da sua pele, por baixo da blusa, por dentro da calça, e eu totalmente aturdida. Minha consciência trava um embate louco e inútil contra o impulso de te sentir, contra essa vontade de você. A lucidez do meu delírio está presa por um fio de sensatez e é o que me impede de me perder no seu corpo. 

 Blog Mobília Íntima

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

... Eu amei


" Eu amei contra a razão, 
contra a promessa, 
 contra a paz, 
 contra a esperança, 
 contra a felicidade, 
 contra todo o desencorajamento que existe." 


 Livro Grandes Esperanças

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Que o outro saiba

Que o outro saiba quando estou com medo, e me tome nos braços sem fazer perguntas demais.
Que o outro note quando preciso de silêncio e não vá embora batendo a porta, mas entenda que não o amarei menos porque estou quieta.
Que o outro aceite que me preocupo com ele e não se irrite com minha solicitude, e se ela for excessiva saiba me dizer isso com delicadeza ou bom humor.
Que o outro perceba minha fragilidade e não ria de mim, nem se aproveite disso.
Que se eu faço uma bobagem o outro goste um pouco mais de mim, porque também preciso poder fazer tolices tantas vezes.
Que se estou apenas cansada o outro não pense logo que estou nervosa, ou doente, ou agressiva, nem diga que reclamo demais.
Que o outro sinta quanto me dóia idéia da perda, e ouse ficar comigo um pouco - em lugar de voltar logo à sua vida.
Que se estou numa fase ruim o outro seja meu cúmplice, mas sem fazer alarde nem dizendo ''Olha que estou tendo muita paciência com você!''
Que quando sem querer eu digo uma coisa bem inadequada diante de mais pessoas, o outro não me exponha nem me ridicularize.
Que se eventualmente perco a paciência, perco a graça e perco a compostura, o outro ainda assim me ache linda e me admire.
Que o outro não me considere sempre disponível, sempre necessariamente compreensiva, mas me aceite quando não estou podendo ser nada disso.
Que, finalmente, o outro entenda que mesmo se às vezes me esforço, não sou, nem devo ser, a mulher-maravilha, mas apenas uma pessoa: vulnerável e forte, incapaz e gloriosa, assustada e audaciosa - uma mulher.

Lia Luft

sábado, 31 de julho de 2010


Dia do Orgasmo

Um dia pouco convencional, certo? Soa um pouco ofensivo, admito. Assim como a maioria de vocês, ou todos mesmo, não sabia que esse dia comemorativo, se assim podemos chamar, existia, mas já que ele existe vamos fazer jus a ele, ou quer um pretexto maior que O DIA DO ORGASMO para ter um?

Parece estranha a idéia de um dia dedicado ao orgasmo. Por que a sociedade precisaria de uma data para lembrar tal estado de excitação?
Alguns podem achar que sentimentos mundanos estão dominando discussões nacionais, ou que a mídia se rendeu ao marketing escrachado, incentivado por aqueles que querem lucrar com o problema alheio. Puro preconceito. O Dia do Orgasmo, em 31 de julho, é mais do que isso. É tempo para refletir: as pessoas estão fazendo sexo com menos qualidade e boa parte da população  não consegue sequer ter desejo sexual. Satisfação sexual é sinal de qualidade de vida, respaldado pela Organização Mundial de Saúde. O Dia Mundial do Orgasmo foi criado há quatro anos, na Inglaterra, por redes de sex shops. Pesquisas feitas por essas lojas revelaram que 80% das mulheres inglesas não atingem o clímax em suas relações. Em termos de insatisfação sexual, os brasileiros não ficam longe.
A proposta do Dia do Orgasmo não tem como finalidade decretar mais um feriado, mas debater o assunto nas diversas esferas sociais. Isso inclui a instituição de educação sexual de qualidade nas escolas, mais consciência quanto ao uso de preservativos e mais esclarecimento sobre as causas da falta de desejo sexual e da disfunção erétil. Não há justificativa para a perpetuação de problemas que podem e devem ser resolvidos. E o principal remédio ainda é a discussão franca e isenta de preconceitos.
 
É a oportunidade que você estava esperando para esquentar seu namoro, casamento, relacionamento, rolo, etc. Que tal uma comidinha afrodisíaca, um filminho mais picante, ou uma brincadeirinha com segundas intenções... Ta esperando o que? Já foi? A você ta sozinha(o)? Use a imaginação e se prepare para o próximo ano.


Veja o Texto Completo

quarta-feira, 28 de julho de 2010


"Doce Vampiro" 



Muito sexy com a voz da Tiê

Uma Declaração Sobre Valores

Ao longo da história, acima e além das rixas entres partidos políticos concorrentes e potencias econômicas rivais, uma força constante permaneceu: a força duradoura dos valores humanos. O desejo comum de todos os povos de dar sentido à vida transcende as nossas diferenças fundamentadas em raça, gênero, etnicidade, linguagem, condição econômica ou expressão política. Não importa quem somos ou de onde viemos, nós buscamos encontrar preenchimento e paz na vida. Os valores, então, são as nossas placas de sinalização ao longo do caminho. Eles são a base para os mais profundos como para os mais simples passos que nós damos na vida. Eles nós capacitam a discernir o caminho certo do errado – e se nós formos fortes, a escolher a escolher a primeira rota, embora ela seja freqüentemente uma estrada mais longa. Se nossas decisões são verdadeiramente orientadas por valores nós tendemos mais a encontrar harmonia dentro de nós mesmos, dos nossos lares e famílias, nas nossas vizinhanças e nações. Honra individual e respeito, justiça, solidariedade e amor mútuos – estes são os valores centrais que recebemos dos nossos pais e buscamos passar para nossos filhos. Caminhemos, então, em direção ao século 21 medindo cada passo em termos de sua contribuição para a paz, a justiça e a igualdade – para o nosso próprio bem, para o bem daqueles que estão na estrada conosco e para aqueles que seguirão, muito tempo depois.

H.E. embaixador Juan Somávia Presidente do Comitê Preparatório da Cúpula Mundial para o Desenvolvimento Social e Vice-Presidente do Bureau do Comitê Preparatório do 50º Aniversario da ONU

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Cartas

Depois de muito tempo vamos a mais cartas, dessa vez uma carta apenas, mas de uma pessoa muito especial, não lembro da minha vida sem ela, ou antes dela, amigona, quase irmãs, nos intitulamos primas. Morávamos na mesma rua, dificilmente nos separávamos, via Andressa logo via Dandara, via Dandara logo via Andressa, éramos muito diferentes, acho que ainda somos, e por isso sempre estávamos brigando, brigávamos e ficávamos de mau muito tempo, 5, 10 minutos, algumas vezes saia uns tapas, socos, chutes, mas eu evitava ela era maior e sempre sai perdendo. Eu sempre muito seria e ela uma eterna criança, eu era meio chata quando criança, ela quem disse, ela sempre doce e meiga. Uma protegia a outra, ela me protegia mais, por ser mais velha, e por isso também ela sempre queria mandar, era meio mandona. Devido a algumas coisas da vida nos distanciamos, nos juntamos, nos distanciamos... Mas sempre estamos em contato, o destino não deixa nos distanciarmos por muito tempo;

Essa é uma das cartas que ela me escreveu, era um momento difícil pra mim, e essa é uma das vezes que ela me deu força.
 
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